terça-feira, fevereiro 07, 2006
Chávez um ditador? Onde? Como? Como assim?
Democracia. Qual o significado? Teoricamente o poder de decisão recaindo sobre o povo. Engraçado é que quando ocorreram as manifestações populares na Bolívia, diziam que a democracia estava sendo abalada. Que pela democracia, o império derrubou Saddam e sonha com a queda de Hugo Chávez e de Fidel Castro. A história é antiga...
Vou fazer uma confissão: de esquerda radical, vinha me transformando em uma esquerda mais 'centrada'. Depois de ler a entrevista de Hugo Chávez para a Carta Capital, voltei a acreditar que outra realidade é possível sim. E baseada em uma real democracia. Seguem alguns trechos:
"Agora mesmo estamos fazendo eleições em todo o país. É um processo que não é de um dia, é um processo em que já levamos dois anos. Estamos formando conselhos comunais em cada bairro. E esses conselhos vão assumindo o poder na área. Poder para tomar decisões, poder para elaborar projetos. Projetos de desenvolvimento no bairro".
"A lei lhes dá direitos e lhes dá deveres. Eles podem, por exemplo, formar empresas cooperativas no bairro, formar microempresas para elaborar e executar projetos. Em vez de grandes empresas cuidarem da habitação, da água, da energia ou infra-estrutura, eles mesmo vão executando os projetos. Esse é só um exemplo".
"Na Venezuela, agora existem milhares de comitês de terra urbana nos bairros. Vão assumindo a propriedade da terra na cidade e o governo está dando o título de propriedade de lotes para construir ali moradias, para os mais humildes".
"Estamos criando microbancos populares. Grupos de pessoas que se organizam e recebem capacitação para um aporte de dinheiro de um banco. Eles mesmos decidem a quem emprestar, a quem dar crédito, microcrédito aos mais pobres. E vão se constituindo nos bairros e no campo como microbancos populares. É um processo de transferência de poder ao povo organizado. Não de maneira anárquica, mas de maneira bem pensada, com Constituição e leis".
Sobre a demcracia conhecida pelo mundo e adorada pelo imperialismo, eis:
“Nós estamos transcendendo agora a democracia clássica, liberal, que é uma armadilha. Começa com um alto nível de democracia e, pouco a pouco, vai caindo. E termina sendo um sistema de governo de oligarquia, de pequenos grupos, que se apoderam de tudo em nome da democracia. Têm o controle de tudo. Dos meios de comunicação, de todos os poderes do Estado, da economia".
Vou fazer uma confissão: de esquerda radical, vinha me transformando em uma esquerda mais 'centrada'. Depois de ler a entrevista de Hugo Chávez para a Carta Capital, voltei a acreditar que outra realidade é possível sim. E baseada em uma real democracia. Seguem alguns trechos:
"Agora mesmo estamos fazendo eleições em todo o país. É um processo que não é de um dia, é um processo em que já levamos dois anos. Estamos formando conselhos comunais em cada bairro. E esses conselhos vão assumindo o poder na área. Poder para tomar decisões, poder para elaborar projetos. Projetos de desenvolvimento no bairro".
"A lei lhes dá direitos e lhes dá deveres. Eles podem, por exemplo, formar empresas cooperativas no bairro, formar microempresas para elaborar e executar projetos. Em vez de grandes empresas cuidarem da habitação, da água, da energia ou infra-estrutura, eles mesmo vão executando os projetos. Esse é só um exemplo".
"Na Venezuela, agora existem milhares de comitês de terra urbana nos bairros. Vão assumindo a propriedade da terra na cidade e o governo está dando o título de propriedade de lotes para construir ali moradias, para os mais humildes".
"Estamos criando microbancos populares. Grupos de pessoas que se organizam e recebem capacitação para um aporte de dinheiro de um banco. Eles mesmos decidem a quem emprestar, a quem dar crédito, microcrédito aos mais pobres. E vão se constituindo nos bairros e no campo como microbancos populares. É um processo de transferência de poder ao povo organizado. Não de maneira anárquica, mas de maneira bem pensada, com Constituição e leis".
Sobre a demcracia conhecida pelo mundo e adorada pelo imperialismo, eis:
“Nós estamos transcendendo agora a democracia clássica, liberal, que é uma armadilha. Começa com um alto nível de democracia e, pouco a pouco, vai caindo. E termina sendo um sistema de governo de oligarquia, de pequenos grupos, que se apoderam de tudo em nome da democracia. Têm o controle de tudo. Dos meios de comunicação, de todos os poderes do Estado, da economia".
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
Babylon Sistem
Por que atacar tanto a grande mídia? O que Lula quer dizer quando cita 'golpe das elites? O que significa ir contra o SISTEMA?
Conversar sobre esquerda, direita ou centro. Sobre a mídia como o quinto poder ou a alienção, não por acaso, do povo. Dos efeitos massificantes da globalização... Do por quê em não julgar o MST como um bando de bandidos e desconfiar de qualquer proprietário de iate, ferrari ou jatinho particular...
Na primeira edição de fevereiro da Carta Capital, a matéria de capa foi uma entrevista com o presidente venezuelano, Hugo Chávez. É, aquele que a Miriam Leitão ou o mais que rídículo Alexandre Garcia enchem a boca pra falar mal... Dois 'jornalistas' que representam o que há de mais ultrajante...
Eis só o início da entrevista, que achei espetacular para exemplificar muito bem o que é esse tal de 'maldito sistema', ou 'golpe das elites', ou ainda, 'o poder da grande mídia'.
Ele (Lula) disse que a direita da Venezuela e do Brasil são golpistas. É verdade?
“Creio que as direitas são muito parecidas em todo o mundo. As direitas falam de democracia quando lhes convêm. (...) É gente que se apõe às mudanças (...). A direita se subordinou ainda ao Consenso de Washington (...) O neoliberalismo veio para arrasar este continente. (...) Eu creio que a direita geralmente oferece uma ‘lua-de-mel’. Um período de trégua. E depois te ‘ganha’”.
Depois das eleições.
Claro. É aquela coisa: “Se não pode vencer seu inimigo, una-se a ele. Ou o atraia. Foi o meu caso, igualzinho. Os dois primeiros anos foram uma lua-de-mel. A lua-de-mel no plano interno e no plano mundial. (...) Se você se entrega, bem-vindo. Mas, se você se mantém firme no seu propósito de alavancar a transformação em seu país, então eles o condenam à morte”.
Quando cessou a lua-de-mel com a direita na Venezuela?
Em 1999, tivemos um pouco de lua-de-mel. Foi um processo distinto, porque ganhamos as eleições e logo veio a Constituinte. Mas não havia esse confronto mortal. Dos hierarcas católicos até a alguns militares e os grandes meios de comunicação. Mas logo em 2001, quando se deram conta, depois que aprovamos a Constituição, que nós estávamos decididos a aplicar a Constituição (...) com a lei de hidrocarbonetos que afetou, sobretudo, as transnacionais. A lei de bancos, para quebrar com sua hegemonia. Ou seja, começar a acabar, porque o processo é gradual. A hegemonia da maior oligarquia financeira, que controlava os bancos privados e públicos e o Banco Central conforme seus caprichos. Fizemos uma lei de terras para combater o latifúndio, resgatar as terras para reparti-las com os camponeses. Fizemos uma lei de microfinanças, para dar crédito aos pobres, à pequena empresa e à média empresa. Fizemos uma lei de cooperativismo, para financiar essa forma de organização coletiva dos trabalhadores. A lei de pesca, para que a pesca de arrastão se desse em alto-mar e deixasse as 3 milhas costeiras livres para os pequenos pescadores artesanais. Fizemos a lei da costa e de águas, proibindo a privatização da costa e das praias. (...) Passe para o coletivo e não para o setor privado que cobra da população o acesso para desfrutar da paisagem. Enfim, fizemos um conjunto de leis, e foi como destapar o ninho da serpente. Aí vieram na jugular. Já vamos ter Evo (Morales, presidente eleito da Bolívia) então eu propus a Lula e a Kirchner darmos apoio político a Evo, porque mais cedo do que se pensa começará a investida da direita bolivianma, impulsionada pela direita de Washington, pela direita que quer dominar o mundo.
O senhor acha, então, que com Evo Morales a lua-de-mel será mais curta?
(...) Estou certo de que Evo vai manter sua linha: nacionalização do gás, proteção aos pequenos cultivadores de coca, luta contra o latifúndio, promoção da saúde e da educação.
Conversar sobre esquerda, direita ou centro. Sobre a mídia como o quinto poder ou a alienção, não por acaso, do povo. Dos efeitos massificantes da globalização... Do por quê em não julgar o MST como um bando de bandidos e desconfiar de qualquer proprietário de iate, ferrari ou jatinho particular...
Na primeira edição de fevereiro da Carta Capital, a matéria de capa foi uma entrevista com o presidente venezuelano, Hugo Chávez. É, aquele que a Miriam Leitão ou o mais que rídículo Alexandre Garcia enchem a boca pra falar mal... Dois 'jornalistas' que representam o que há de mais ultrajante...
Eis só o início da entrevista, que achei espetacular para exemplificar muito bem o que é esse tal de 'maldito sistema', ou 'golpe das elites', ou ainda, 'o poder da grande mídia'.
Ele (Lula) disse que a direita da Venezuela e do Brasil são golpistas. É verdade?
“Creio que as direitas são muito parecidas em todo o mundo. As direitas falam de democracia quando lhes convêm. (...) É gente que se apõe às mudanças (...). A direita se subordinou ainda ao Consenso de Washington (...) O neoliberalismo veio para arrasar este continente. (...) Eu creio que a direita geralmente oferece uma ‘lua-de-mel’. Um período de trégua. E depois te ‘ganha’”.
Depois das eleições.
Claro. É aquela coisa: “Se não pode vencer seu inimigo, una-se a ele. Ou o atraia. Foi o meu caso, igualzinho. Os dois primeiros anos foram uma lua-de-mel. A lua-de-mel no plano interno e no plano mundial. (...) Se você se entrega, bem-vindo. Mas, se você se mantém firme no seu propósito de alavancar a transformação em seu país, então eles o condenam à morte”.
Quando cessou a lua-de-mel com a direita na Venezuela?
Em 1999, tivemos um pouco de lua-de-mel. Foi um processo distinto, porque ganhamos as eleições e logo veio a Constituinte. Mas não havia esse confronto mortal. Dos hierarcas católicos até a alguns militares e os grandes meios de comunicação. Mas logo em 2001, quando se deram conta, depois que aprovamos a Constituição, que nós estávamos decididos a aplicar a Constituição (...) com a lei de hidrocarbonetos que afetou, sobretudo, as transnacionais. A lei de bancos, para quebrar com sua hegemonia. Ou seja, começar a acabar, porque o processo é gradual. A hegemonia da maior oligarquia financeira, que controlava os bancos privados e públicos e o Banco Central conforme seus caprichos. Fizemos uma lei de terras para combater o latifúndio, resgatar as terras para reparti-las com os camponeses. Fizemos uma lei de microfinanças, para dar crédito aos pobres, à pequena empresa e à média empresa. Fizemos uma lei de cooperativismo, para financiar essa forma de organização coletiva dos trabalhadores. A lei de pesca, para que a pesca de arrastão se desse em alto-mar e deixasse as 3 milhas costeiras livres para os pequenos pescadores artesanais. Fizemos a lei da costa e de águas, proibindo a privatização da costa e das praias. (...) Passe para o coletivo e não para o setor privado que cobra da população o acesso para desfrutar da paisagem. Enfim, fizemos um conjunto de leis, e foi como destapar o ninho da serpente. Aí vieram na jugular. Já vamos ter Evo (Morales, presidente eleito da Bolívia) então eu propus a Lula e a Kirchner darmos apoio político a Evo, porque mais cedo do que se pensa começará a investida da direita bolivianma, impulsionada pela direita de Washington, pela direita que quer dominar o mundo.
O senhor acha, então, que com Evo Morales a lua-de-mel será mais curta?
(...) Estou certo de que Evo vai manter sua linha: nacionalização do gás, proteção aos pequenos cultivadores de coca, luta contra o latifúndio, promoção da saúde e da educação.