quinta-feira, abril 27, 2006

 

Remexe que Aparece...

Os candidatos às reeleições trabalham pela conquista de um cargo público baseados em três principais pilares: o retorno em votos do processo burocrático desenvolvido, assistencialismo e imagem pública.

O primeiro pilar é conhecido em cada uma das esferas do poder público e varia de acordo com o poder de fogo do político. Quanto maior sua influência, mais cargos consegue barganhar. Cargos estes destinados a representantes de bairro, presidentes de ONGs, líderes de sindicatos. Como moeda em troca do apoio anterior ou como garantia de futuro apoio.

A matemática é simples. Quanto um cargo em comissão na Prefeitura, na Câmara, ou no Ministério é capaz de somar em número de votos. E isso é antigo... Não é novidade implantada pelo Partido dos Trabalhadores.

A grande questão é: uma comunidade, um sindicato ou outras entidades votam de acordo com a influência de seu representante? Um Prefeito consegue dominar seus vereadores e secretariado a apoiar um candidato de seu interesse mas, até onde isso reflete em seus eleitores cativos? Um candidato a governador ou presidência trabalha nos bastidores com seus prefeitos e conseguem tamanha eficácia?

Outro pilar importante é o assistencialismo. A realidade é nua e crua: vota-se não pelo ideal, mas pelo atendimento às carências individuais e imediatas. Vota-se em um vereador não porque ele criou uma lei eficaz que contribuiu para a melhoria da cidade. Vota-se porque ele doou x dezenas de cestas básicas. Conseguiu driblar a fila de espera para uma cirurgia no hospital público. Deu um jeitinho para que uma obra de interesse da comunidade fosse viabilizada. Tudo realizado com o conhecido caixa dois. Com os conhecidos cargos fantasmas... É assim que precisam trabalhar, senão, estão fora das próximas eleições.

Na questão presidencial. Por quê Lula ampliou tanto os programas sociais. Talvez por ter passado fome, talvez pelas raízes nos movimentos de esquerda... Ou talvez porque sabia da capacidade que cada cesta básica, cada bolsa família destinada seria capaz de multiplicar seus votos. Principalmente no nordeste. Esta é a realidade macro que representa cada micro prefeitura.

E o terceiro pilar é a mídia. O poder que elas têm em eleger seus candidatos. Alguns políticos, mais espertos, destinam valores inimagináveis, mensalmente, para garantir que sua imagem não será abalada. Garantir que as notícias em seu desfavor serão manipuladas. Garantir que sempre sairão bem na foto.

É o que acontece na grande, média e pequena mídia. Esta principalmente. Quantos deputados não contam com uma publicação a divulgar seu nome? Quantos jornais forçam seu candidato sobre os leitores-eleitores? O quê significa parcialidade nos dias atuais? A Revista Carta Capital tomou uma medida corajosa e respeitosa aos seus eleitores, quando nas eleições de 2002, publicou em seu editorial o apoio ao candidato Lula. Os demais veículos continuaram pretensiosos em sua falsa imparcialidade.

Após tantos argumentos, só há uma conclusão: financiar tantas despesas sai caro, muito caro... E viabilizar essas despesas é a grande questão. Após essa enxurrada de denúncias, só restou um saldo positivo: a população passou a entender melhor como funciona a máquina eleitoreira. E se remexermos nesse palheiro, muitas, mas muitas agulhas vão aparecer.

quinta-feira, abril 13, 2006

 

Chega de Votar Nulo!

Só havia uma maneira para que a população ficasse sabendo sobre os bastidores da política: através do enfrentamento entre duas poderosas forças. Este é o único saldo positivo após tantas acusações e revelações escabrosas.

O que tem soado como novidade, pauta as regras do jogo político desde os primórdios. E não apenas no governo federal. Em cada Prefeitura deste País e no mundo. As regras são claras, mas quem apita é o juiz. E apesar de vivermos em uma ‘democracia’, o apito não está com o povo. Nós somos os espectadores, e quando muito, sabemos para quem torcer.

Caixa dois. Engraçado que se nós tivéssemos atentado para as campanhas, perdido alguns míseros minutos para comparar os valores declarados com os padrões milionários envolvidos, teríamos percebido que faltavam alguns zeros do lado direito da conta.

Mensalão. Apesar de não ter sido realmente comprovado, temos certeza de que existe. Se não materializado em dinheiro, através da conhecida influência política.

A troco do quê bons projetos e leis apresentados em câmaras municipais e federais são reprovados? A troco do quê outras propostas menos eficazes passam sem causar questionamento? Alguém acha que os nobres ali estão para defender os interesses do povo? Aliás, quantos conseguem identificar as diferenças entre o legislativo e o executivo. Um vereador está ali para elaborar leis ou doar dentaduras, cestas básicas ou indicar empregos?

Ministérios e Secretarias valem dinheiro, muito dinheiro. Valem poder, valem indicações de cargos menores, valem imagem... Aos mais capacitados? Ou a quem melhor trabalha nos bastidores, fortalecendo alianças, enterrando adversários, demonstrando PODER.

A verdade sempre esteve à nossa frente. O problema é que não temos enxergado. Não por miopia ou cegueira, antes fosse. Acho que ficamos tapados pela enxurrada de notícias. São tantas, e tão superficiais, que fica fácil não entender porcaria nenhuma. Só repetir o que leu em alguma site ou jornal de grande circulação. É mais fácil. Analisar, formar sua própria opinião é difícil.

Por isso, lanço uma pergunta. O que te fez decidir por um candidato nas eleições passadas? Porque viu na tevê? Porque foi em um showmício? Porque um amigo do seu tio falou que ele era bom? Ou porque foi com a cara dele. Aliás, vale aqui ressaltar: o que pesa mais? As propostas políticas ou o carisma? Engraçado... Apesar das três opções: votar, não votar ou anular, parece que só optamos pela última.

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