sábado, maio 21, 2005

 

Vou Sorrir Pra Tristeza Agora

A Ana Carolina, para mim, representa força. Quando ouço suas músicas, até mesmo quando falam de amor, imagino uma mulher que sofre, sim, mas encara de peito aberto, sem medo de viver.

Eu sou assim. Confesso que quebrei a cara algumas vezes, mas o aprendizado que tive posteriormente, valeu qualquer lágrima derramada (nossa...). "Se tem medo de me acompanhar, pode deixar, eu me mando sem você"

Recorro a Ana, hoje, porque ontem estava tentando descrever o que sinto em meu coração. Eis que prestei atenção na letra de uma de suas músicas, nesta manhã. Parecia cena de filme. Eu, no carro, chorando... Na verdade foram algumas lágrimas que escorreram corajosamente do meu rosto... Mas elas vão cessar. Um dia passa...

O tempo vai passar você vai ver
Então por que já não saber de vez
Você está tão longe de entender
O que eu falo bem diante de você

Você diz tudo bem depois faz diferente
Diz que vai sumir e sempre volta atrás
Enquanto a sua imagem vai e vem
Aonde posso ir se você não está

O sol me reconforta e eu ando só
E sei que vc anda por aí
Eu nunca mais te vi ao meu redor
Nem sei se me encontrei ou te perdi

Talvez eu siga sem você daqui pra frente
A vida tem caminhos muito desiguais
Disseram que vc só fala em mim
Agora veja como a gente foi ficar

Não mandei você ir embora
Nem falei que podia me esquecer
Vou sorrir pra tristeza agora
Vou viver os meus dias sem você

segunda-feira, maio 16, 2005

 

Por que tem de ser tão sombrio?

Estou com um problema sério. Não estou conseguindo lidar com esta etapa da minha vida. Tenho aprendido bastante. Lido, refletido, pesquisado... Eis o problema. Já via o mundo de forma diferente, só que agora, estou menos radical. Apesar de mais pessimista com o futuro e menos tolerante com tanta desinformação.

Ao mesmo tempo, gostaria de poder dividir esse conhecimento com meus amigos. Quando se inicia uma discussão sobre alguma atualidade, tento explicar como as coisas funcionam, como é podre a luta pelo poder. Acho que muitas das minhas idéias estão expostas no meu blog.

Aí vem alguém e fala: “Louise, essa é a sua opinião. Esse é um ponto de vista. Você precisa respeitar a dos outros”. Este é o ponto. Não estou emitindo a minha opinião. Falo sobre algo que estudei, que pesquisei, que obtive conhecimento. Aí, alguém, que muito estimo, tenta desconstruir o que falo, embasado em algo que leu superficialmente, ou que ouviu na tevê, ou conforme aconteceu esses dias atrás, indicou para eu ler um artigo no “Mídia sem Máscara”. Um dos piores sites que já entrei na minha vida.

Os exemplos não são apenas esses. Esses dias, recebi um e-mail em que havia convidado uma galera pra ir em um barzinho. Beber cerveja, conversar... Eis que esse amigo respondeu que ía em uma balada na Vila Olímpia. Outro amigo havia me convidado a ir, mas respondi que não, pois não suporto mais lugares elitizados, em que o povo fica se medindo, se comparando, em que você precisa beber todas pra se desligar e dançar a noite inteira (conversar com algum playboyzinho, nem a pau).

Eis o problema. Tomei uma cacetada... Esse primeiro amigo falou que não ia sair porque estava a fim de zoar, e que ia em uma balada na Vila Olímpia “lugar de ostentação” ele escreveu. Vixi... Sentiram na pele o que eu senti?

Queria encontrar uma saída... Amizade é um dos lances mais importantes da vida... Será que estou escolhendo o caminho errado? Ao mesmo tempo em que reconheço muitos defeitos e que preciso aprender com meus amigos, gostaria que entendessem que a recíproca é verdadeira...

Conforme outra amiga me disse: “Louise, você precisa entender que nem todos têm os mesmos objetivos que você. Muita gente só quer viver. Trabalhar, chegar em casa e ligar sua televisão”. É... Talvez os outros tenham razão... Eu com essa gana de querer mudar o mundo, em que minha grande aposta é na conscientização das pessoas... O mundo da pílula vermelha do Matrix é sombrio mesmo...

sexta-feira, maio 13, 2005

 

Refletir é Viajar



Tenho atentado para as imagens. Fotografias, cartoons... É incrível como seus autores conseguem dizer tanto com tanta simplicidade. Eis dois cartoons que me chamaram a atenção. Esses caras são artistas...

terça-feira, maio 10, 2005

 

Boba sim... Idiota não...

Admito: eu tenho um humor terrível, mas não sei como, ainda consigo me divertir com coisas simples: rir enquanto tropeço, rir de uma boa comédia, rir quando alguém senta na cadeira e faz um barulho de pum sem querer...

Conversar com os amigos, falar merda, fazer merda e ser feliz... Ir à praia e ficar deslumbrada com tanta beleza, beber cerveja com o amigos e ficar bêbada e tagarela...

A vida é uma delícia.

Agora, tem momentos que não consigo ser feliz, porque parece que estou sendo idiota. Não consigo sentar em frente à televisão sem me indignar. Não consigo ler a Veja sem me irritar com tanta desinformação. Não consigo ouvir a frase: "A democracia está sendo abalada" com a mídia referindo-se às reivindicações populares...

Já cheguei a esta conclusão: ser ignorante é um caminho para a felicidade. Aprender, conhecer, entender a realidade é um caminho sem volta à indignação e ao pessimismo...

Foi-se o tempo em que eu ficava feliz em fazer compras ou beber todas na balada... Foi-se o tempo em que eu ficava horas em frente à televisão... Foi-se o tempo em que eu lia Zibia Gasparetto e achava que era bom... Foi-se o tempo que eu deixei de ser idiota... Boba sim, idiota não...

Este desabafo é referente a um e-mail que recebi hoje de uma pessoa muito especial. Um amigo meu, muito querido por todos. Sabe aquelas pessoas felizes, companheiras, queridas, sem as marcas da dureza da vida no coração? É ele. Eis o texto encaminhado:

A idiotice é vital para a felicidade
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!

Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? hahahahahahahahaha!... Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?

Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar.

Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não. Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria.

Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos!"

Arnaldo Jabor

 

Mídia: O Quarto Poder

“Seis grandes empresas controlam quase toda a mídia mundial”

“É necessário que ocorra a democratização das informações. Atualmente a forma de promover isso é através de páginas na internet e de veículos alternativos, que se disponham a mostrar uma outra visão sobre os assuntos abordados pela grande mídia”

“É o capital das empresas dos Estados Unidos que financia os grupos de comunicação”

Fazendo Media entrevista o escritor paquistanês Tariq Ali

“Quanto à imprensa escrita, as mesmas famílias continuam a ser proprietárias dos maiores conglomerados da mídia. Terminou a censura externa (ditadura), passando os proprietários privados desses meios a usar, conforme seus interesses e critérios, os espaços de expressão de seus jornais e televisões”

“Uma liberdade condicionada pelo filtro de meios de comunicação diretamente dependentes das agências de publicidade e das empresas que costumam anunciar – dentre elas, as faculdades privadas, as empresas de telefonia, os bancos – de que são caudatários”

Artigo do escritor e professor Emir Sader para a Agência Carta Maior

“A transformação dos veículos de comunicação em grandes empresas, com interesses que vão muito além daqueles propriamente midiáticos, fez da informação, definitivamente, uma mercadoria regida pela lógica que comanda o mundo do lucro.”

“As manipulações, as mentiras e a banalização de acontecimentos importantes passaram a fazer parte da rotina da grande imprensa brasileira e mundial.”

“No Brasil, a cobertura política dos grandes veículos nos últimos anos mal consegue disfarçar seus interesses econômicos e políticos. E esse poder se concentra nas mãos de algumas poucas famílias.”

Artigo de Joaquim Palhares, secretário-geral do Observatório da Mídia no Brasil

Para quem quiser acessar bons sites, indico os que estão ao lado esquerdo deste blog.

domingo, maio 08, 2005

 

Quem Dita o Padrão de Beleza?

O mercado ganha vendendo comida e fatura o dobro oferecendo plásticas, SPAs, academias de ginástica, salão de beleza

Silicone nos seios, lipo no abdômen. Botox no rosto, escova progressiva nos cabelos. Eu que não sou rica, nem convivo dentre abonados, tenho várias amigas que já recorreram a intervenções em seu corpo em busca da ‘satisfação pessoal’.

Elas ficaram mais bonitas, com certeza. As que ainda não o fizeram, sonham em juntar dinheiro para as ‘melhorias’. “Quero tirar essa gordurinha aqui”. E puxam com a ponta dos dedos um pouco de carne que se aloja na cintura.

Já conversei com algumas pessoas sobre isso. Meu argumento é que não faria no meu corpo. Também tenho gordura, celulite, menos seio do que gostaria, mas não a ponto de gastar o meu escasso dinheiro, nem sofrer com as intervenções cirúrgicas.

Meu descaso pelo corpo perfeito baseia-se na lógica em que vejo no capitalismo. Antigamente, bonito era ser fofinho, um padrão que só detinha os mais abonados (pobre era tudo magrelo). Com o passar dos anos, descobriu-se como ganhar em dobro. A venda da satisfação em comer, relacionada diretamente à como faturar com o novo padrão de beleza imposto (mulheres esqueléticas ou homens bombados).

O mercado ganha vendendo comida e fatura o dobro oferecendo plásticas, SPAs, academias de ginástica, salão de beleza. Corpo feio e cabelo ruim é opcional. Com dinheiro, hoje em dia, qualquer um fica bonito. Basta pagar. Esse é o problema. Os eficientes publicitários transformaram a aparência ideal em satisfação pessoal.

sábado, maio 07, 2005

 

Coisas que o Capitalismo Ainda não Conseguiu Vender

Abraço de mãe
Companhia dos irmãos
Beijo muito gostoso na boca
Amorzinho com quem você ama
Amizade verdadeira
A satisfação em ajudar alguém
O orgulho de batalhar e vencer
A coragem de lutar
Satisfação em aprender
Sol, água quente e altas ondas
Receber um elogio sincero
Pão fresquinho com margarina
E a lista continua...

 

Desperdiçando os Neurônios

Chega a ser engraçado o quanto a atual realidade, com seus meios de comunicação e a maioria das fontes de ‘regulação’ do indivíduo nos induzem a ser bons e pacíficos, como se a sociedade em qual vivemos fosse justa

Tenho lido muito para acompanhar o ritmo frenético da pós-graduação (Política e Relações Internacionais na FESP). Por enquanto, tenho duas disciplinas: História da Ordem Mundial (a formação das nações, conflitos, com todas as brechas que os livrinhos de história nos omitem) e Economia Política Internacional.

Nesta última, tenho estudado muito sobre o capitalismo. Desde o padrão ouro até a atual globalização. E o incrível é perceber, cada vez mais a fundo, que a história é cíclica sim, como Maquiavel já dizia em O Príncipe. E assim como ele também ensina em seu livro, o mundo é movido na luta pelo poder.

Chega a ser engraçado o quanto a atual realidade, com seus meios de comunicação e a maioria das fontes de ‘regulação’ do indivíduo (igrejas, escolas, famílias), nos induzem a ser bons e pacíficos, como se a sociedade em qual vivemos fosse justa.

Os pobres são pobres porque não gostam de trabalhar. Os ricos são ricos porque trabalharam muito. Se você trabalhar bastante, um dia ficará rico. Ladrão é mau, por isso está na prisão, mesmo que em condições sub-humanas. Quem mandou roubar o que não lhe pertence?

Seja bom que você vai pro céu. Seja mau e você vai pro inferno. Se muita desgraça acontece na sua vida, é porque de uma forma ou outra, você mereceu. Uma das melhores: o bem sempre vence o mal.

Chega de historinhas de faz-de-conta. Enquanto ficamos alienados em frente à televisão, torcendo por algum personagem de novela ou brigando nas ruas porque seu time de futebol perdeu a final da Libertadores, tem muito cara esperto tirando proveito do que deveria ser de todos.

Enquanto ficamos pensando o quê comprar, ou bebendo todas na balada pra tentar se divertir frente a um monte de gente que te mede, te compara, te analisa pelo o que você aparenta, tem um mundo lá fora em colapso. Cada vez são menos empregos, maior a desigualdade social, mais violência e mais pobreza.

E é essa a diferença entre os primórdios e a atual realidade... Hoje em dia, temos um monte de coisas a nos disvirtuar, que nos induzem à alienação, à futilidades, enquanto os donos do poder continuam lá, dando mais corda para enrolarmos no pescoço... Enquanto achamos que é para enfeitar, são na verdade coleiras, que se eles quiserem, podem quebrar nosso pescoço.

sexta-feira, maio 06, 2005

 

A Política do Vaticano

Uma Igreja que censura teses e trabalhos sociais que motivem os fiéis a não esperarem do céu a divina graça, mas buscarem na Terra uma vida melhor, como a pouco divulgada Teoria da Libertação

Ontem, na aula de inglês, tínhamos de realizar uma apresentação como nossa prova oral. Eis que eu, sempre esquecida, esqueci de preparar o tal trabalho. De improviso, me propus a falar sobre a atual política do Vaticano. É lógico que me embananei toda com palavras como conservador (conservative), aborto (abortion) e ostentação (ostentation). Na próxima vez, vou confiar mais no ‘embromation’.

Falei sobre o papel midiático do ex-papa João Paulo, do quanto a Igreja Católica usou seu falecimento para reconquistar fiéis, do quanto esta mídia manipulou, abusou do sensacionalismo noticiando ‘if the pope could speak or not, if the pope ate or not, how many believers where praying for him’, etc...

Falei também sobre o direcionamento político do Vaticano com a eleição deste novo Papa. Que para combater o enfraquecimento da Igreja Católica na Europa, a aposta não em uma reformulação dos preceitos pregados desde o tempo da inquisição, mas em uma doutrina cada vez mais ‘conservative’.

Indaguei: “nós nos perguntamos como os norte-americanos podem ter reeleito o Bush, com sua visão contra homossexuais, contra o desenvolvimento de pesquisas científicas (células-tronco), da luta entre o bem o mal (o que também lembra o nosso presidente da câmara dos deputados, seu Severino). Qual é a diferença entre essas pessoas, que o reelegeram, e os preceitos da Igreja Católica?

Uma Igreja que censura teses e trabalhos sociais que motivem os fiéis a não esperarem do céu a divina graça, mas buscarem na Terra uma vida melhor, como a pouco divulgada Teoria da Libertação, baseada em nomes como Leonardo Boff , Frei Betto e Dom Pedro Casaldaglia.

A apresentação acabou virando um debate muito bom, com as pessoas argumentando, questionando... Não apenas sobre a Igreja Católica, mas todas as religiões. Não sei qual será minha nota, mas confesso que por ter levantado esta lebre na sala de aula, já fiquei muito feliz.

Após o fim da aula, fiquei algum tempo conversando com a teacher. Ela comentou sobre a ausência destes tópicos no dia-a-dia. Me perguntou sobre meios em que poderia aprender mais sobre o assunto. Respondi que eu, até concluir a faculdade, não sabia nada sobre esse lado obscuro das coisas. Que com o tempo fui aprendendo a entender como a realidade funciona e, em conseqüência, cada vez menos otimista (rs).

Sinceramente, tem uma coisa que agradeço a Deus por ter assimilado na vida: não há outra saída senão estudar. Aprender, aprender e aprender. Mas pelos canais certos, pois há muita fonte tendenciosa querendo manter o status quo do poder. Sobre o papa, meu interesse despertou através de um artigo assinado por Mino Carta na Revista Carta Capital: “Conservadorismo In Extremis”. Depois disso, pesquisando nas fontes certas, encontrei muito conteúdo interessante. Para quem quiser ‘perder’ alguns minutos do seu dia, eis os links:

Meu Papa Preferido - Frei Betto
Aos Órfãos da Igreja - Leonardo Boff
Vaticano: Patrimônio de Bilhões e Escândalo Fincanceiro
A Igreja é Mais que o Papa - Casaldaglia
Site de Leonarod Boff

terça-feira, maio 03, 2005

 

A Favor da Maré... Da Manipulação!


Veja: isso é imparcialidade???

Qualquer milionário que preze seu poder sabe da importância
em comprar um veículo de comunicação


Mais de 900 mil assinaturas. Venda avulsa estimada em quase 200 mil. Todas essas pessoas jogam fora, semanalmente, cerca de R$ 7,00. Caro para o nível de notícia publicado na Revista Veja.

Eu cresci com meus pais assinando essa revista. Eu a considerava boa, não imaginava que existia esse negócio de manipulação e omissão, imaginava que a tal da imparcialidade existisse. Pura balela! Se o curso de jornalismo me ensinou pouco, esta foi uma das grandes pérolas.

Se está difícil entender o que escrevo, analise o poder que os empresários de comunicação detêm. Se o Silvio Santos começasse a falar a cada domingo: o Lula não presta, na próxima eleição votem no Fernando Henrique Cardoso, pode ter certeza que a sua avó seria a primeira a distribuir santinhos a favor do nosso péssimo ex.

Se achou o exemplo do Silvio Santos simplório demais, eu o acho perfeito. As pessoas que ainda lêem Veja, no mínimo, conhecem muito pouco a realidade em que vivemos. Podem ser empresários, engenheiros, administradores, o que for. Doutores em suas profissões, mas pouco conhecimento nas áreas humanas.

Qualquer milionário que preze seu poder sabe da importância em comprar um veículo de comunicação. Qualquer presidente que queira se manter bem no governo, sabe da importância em oferecer todas as regalias a estas empresas (como o FHC que salvou a Globo, dentre outras, ao alterar a legislação brasileira e permitir que 30% das ações fossem compradas pelo mercado internacional).

Esta é a realidade. As grandes empresas e agências de comunicação defendem os interesses do seu empresariado. E os jornalistas, pobre-coitados, além de ganharem pouco, tendem a nadar a favor da maré. Conheço muitos amigos desiludidos, mas, sinceramente, acho que o preço é muito alto. Optei por esta profissão por achar que poderia sim, fazer algo pelo mundo (rs). Acho que vou virar professora.

Em tempo: se o jornalismo foi criado para informar a população sobre seus direitos, sobre as atitudes daqueles que detêm o poder, servir para a população e não para meia-dúzia de gatos pingados, julga-se jornalista quem fere esse princípio?

“Mas não deixa de ser deprimente a existência de gente que tope assinar uma peça totalmente editorializada e anti-jornalística, apenas para manter seus proventos no fim do mês. É certo que a vida anda difícil, mas tem um pessoal que pega pesado.” Gilberto Maringoni, em artigo para a Agência Carta Maior.

Inspire-se:
Quem Precisa de Veja?
Os assinantes pagam, a Veja mente
FARCs desmoralizam Veja

domingo, maio 01, 2005

 

Não Perca Este Pôr do Sol

O diferencial está nos diálogos e a forma como você é inserido na história

Escolher um filme na locadora é quase um martírio. Ou vou decidida ao quê locar, ou passo horas lendo e analisando cada uma das opções que me atraem. O problema é que se peço ajuda ao locatário, este sempre me indica um blockbuster, com aquele enredo mais que manjado, cenas rápidas e diálogos pobres e escassos.

Ontem, fui decidida a locar ‘Máfia no Divã’. Uma boa comédia... O engraçado é que sou tão besta para assistir filmes... Rio ou choro muito... Neste, apesar do meu péssimo estado de espírito (voltei a ficar triste ao perceber que assinei meu atestado de burrice mais uma vez. Mas já está passando...) ri muito... Robert De Niro é um show à parte. Acho que até locarei o segundo.

Mas escrevo hoje para indicar um segundo filme: “Antes do Pôr do Sol”. Que obra belíssima. Simples e extremamente profunda. Os diálogos, as interpretações, a forma como o filme te induz ao íntimo dos dois personagens principais...

Temo em escrever sobre a história e estragar as expectativas, mas creio que posso adiantar algumas coisas. Este é a continuação do “Antes do Amanhecer”, quando dois jovens se encontram em Viena e, antes de cada um seguir seu rumo, ficam juntos até o nascer do sol, mas com a promessa de se reencontrarem seis meses depois. Eis o que acontece após nove anos.

Este é um filme simples, com poucos personagens e nada de efeitos especiais. O diferencial está nos diálogos e a forma como você é inserido na história. Olha, já tentei escrever várias coisas aqui para tentar demonstrar quão bela essa obra é, mas temo em ser superficial. Vou me limitar a indicá-lo e advertir aos adeptos dos blockbusters: não o assista. Acharás entediante. Eu, ao contrário, achei divino.

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