sábado, maio 07, 2005

 

Desperdiçando os Neurônios

Chega a ser engraçado o quanto a atual realidade, com seus meios de comunicação e a maioria das fontes de ‘regulação’ do indivíduo nos induzem a ser bons e pacíficos, como se a sociedade em qual vivemos fosse justa

Tenho lido muito para acompanhar o ritmo frenético da pós-graduação (Política e Relações Internacionais na FESP). Por enquanto, tenho duas disciplinas: História da Ordem Mundial (a formação das nações, conflitos, com todas as brechas que os livrinhos de história nos omitem) e Economia Política Internacional.

Nesta última, tenho estudado muito sobre o capitalismo. Desde o padrão ouro até a atual globalização. E o incrível é perceber, cada vez mais a fundo, que a história é cíclica sim, como Maquiavel já dizia em O Príncipe. E assim como ele também ensina em seu livro, o mundo é movido na luta pelo poder.

Chega a ser engraçado o quanto a atual realidade, com seus meios de comunicação e a maioria das fontes de ‘regulação’ do indivíduo (igrejas, escolas, famílias), nos induzem a ser bons e pacíficos, como se a sociedade em qual vivemos fosse justa.

Os pobres são pobres porque não gostam de trabalhar. Os ricos são ricos porque trabalharam muito. Se você trabalhar bastante, um dia ficará rico. Ladrão é mau, por isso está na prisão, mesmo que em condições sub-humanas. Quem mandou roubar o que não lhe pertence?

Seja bom que você vai pro céu. Seja mau e você vai pro inferno. Se muita desgraça acontece na sua vida, é porque de uma forma ou outra, você mereceu. Uma das melhores: o bem sempre vence o mal.

Chega de historinhas de faz-de-conta. Enquanto ficamos alienados em frente à televisão, torcendo por algum personagem de novela ou brigando nas ruas porque seu time de futebol perdeu a final da Libertadores, tem muito cara esperto tirando proveito do que deveria ser de todos.

Enquanto ficamos pensando o quê comprar, ou bebendo todas na balada pra tentar se divertir frente a um monte de gente que te mede, te compara, te analisa pelo o que você aparenta, tem um mundo lá fora em colapso. Cada vez são menos empregos, maior a desigualdade social, mais violência e mais pobreza.

E é essa a diferença entre os primórdios e a atual realidade... Hoje em dia, temos um monte de coisas a nos disvirtuar, que nos induzem à alienação, à futilidades, enquanto os donos do poder continuam lá, dando mais corda para enrolarmos no pescoço... Enquanto achamos que é para enfeitar, são na verdade coleiras, que se eles quiserem, podem quebrar nosso pescoço.

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