Alguém se espantou com as denúncias de caixa dois? Isso soou como novidade? Pelo amor de Deus, alguém tem dúvida que as quantias declaradas nas campanhas é bem, mas bem inferior à realidade???

Ontem, um colega da pós me perguntou: “Mas por que não declararam então?”. Eu respondo: porque se precisa dizer da onde veio o dinheiro e para onde ele vai. Engraçado que na CPI fala-se muito em de onde e para onde, mas o quem financia não é muito relevante.

Eu respondo com perguntas: Quem financia? Quem tem dinheiro e interesse para financiar candidaturas políticas? As respostas são simples. Basta se embasar, por exemplo, na milionária campanha política de Bush. Eu não duvido, se não tenho certeza, que na primeira eleição houve um acordo: “Financiem-me! Eu lhes devolverei em dobro com uma guerra no Iraque!” Lembram dos escândalos das empresas contratadas para reconstruir aquele país?

Não, não estou indignada com o PT. Acho que se não houvesse uma campanha milionária, não teriam chegado à presidência. Acho que alguns políticos tentam se isentar falando “eu não sabia de nada”... Será mesmo? Você tem o dinheiro que precisa para financiar uma campanha e nem se questiona de onde vem?

Engraçado... E a grande mídia tenta passar como se fosse novidade... Por isso não estou impressionada. Por isso ainda acredito no presidente Lula... Por que essa palhaçada sempre ocorreu! E mais: ou dança conforme a música, ou não GOVERNA. É tão lógico: no Congresso não discutem ou votam de acordo com o que é melhor para o Brasil. Trata-se de PODER!

A merda é que a esquerda sempre se divide, se enfraquece, enquanto os conservadores só ganham esse título por se manterem sempre unidos e, conseqüentemente, no poder. Parece que até então, só houve CPI no governo Collor e agora no do Lula. A diferença é a oposição. O poder que ela possui hoje, aprovando CPIs e o diabo a quatro, enquanto antes nada conseguia ser feito.

Para entender sobre o que falo, indico o artigo de Mino Carta na Carta Capital desta semana:O sorriso da aeromoça. Um trecho: “Quanto ao governo fernandista, o segundo mandato foi comprado por um “propinão” mais lauto que o “mensalão” e o caixa 2 funcionou em pleitos diversos, conforme se apura nestes dias. Não é que Bresser-Pereira esteja isolado, a invocação do impeachment já partiu de outros cantos, até de jornalistas da mídia livre e atuante”.

Ah... Para ser ‘imparcial’, reescrevo aqui o afirmação do professor Marcos Cintra, Secretário de Finanças de São Bernardo do Campo em sua coluna para o Diário do Grande ABC: “A chegada do PT ao governo deu ao partido uma oportunidade histórica para quebrar uma série de vícios condenáveis na administração pública e melhorar nossa imagem no exterior. Seus membros, que poderiam ser reconhecidos no futuro como pessoas que marcaram positivamente uma época ao moralizar a gestão pública, preferiram se aliar à estrutura corrupta que tanto criticaram. A montagem de uma grande estrutura de corrupção foi a opção dos petistas para dar governabilidade ao presidente Lula”. É... Não é que em partes ele tem razão???

Durante este sábado, participei da gravação do programa Cidade Nota 10, da Rede Bandeirantes. Nada de especial, integrei a torcida, com direito a fonfonzinho e tudo.

Engraçado como não dou para essas coisas. Tive de buscar um esforço sobre-humano para não me sentir uma idiota. Confesso que não adiantou muito.

Vamos ao programa: São Bernardo do Campo x Campinas. Provavelmente uma jogada de marketing para atrair anunciantes regionais e, se possível, conquistar o mínimo de ibope possível.

Na hora que começaram as provas, já me deparei com minhas reflexões, que não dão trégua um minuto sequer. Quanta banalidade! Disputa de basquete, saltar em uma rede, júri para escolher a melhor piada, dois caras pedalando até o fim do programa, e por aí vai.

Será que sou chata? Já imaginei os Secretários e Vereadores de cada Município sentados cada qual de um lado do palco. Estariam ali para mostrar os benefícios que têm proporcionado aos munícipes. Influenciar o governo oposto com boas iniciativas, debaterem sobre os problemas, dificuldades, soluções.

Ao final, todos sairiam vencedores, efetivamente, e não apenas como ilusão. No caso, como hoje, que enquanto aguardávamos a partida no ônibus, a torcida de Campinas debochava da nossa derrota. Quase indaguei: “Mas vocês ganharam o quê?”

Eis porquê apesar de ter deixado o fonfon no estúdio, ainda me sinto uma idiota.