terça-feira, outubro 18, 2005

 

Sem Tempo para Pensar II

Este fim de semana que passou, fui com quatro amigas para Trindade, litoral do Rio de Janeiro. Um dos lugares mais lindos e propícios para quem curte natureza, simplicidade, ou melhor, um estilo meio hippie.

Bom. Lá fomos nós, literalmente sem lenço nem documento. Pouco dinheiro, sem barraca e com uma disposição incrível para se dar bem (tarefa fácil para cinco mulheres). Fiquei impressionada com a receptividade, a boa vontade, a colaboração que recebemos de alguns ‘locais’.

E, pra variar, lá vou eu viajar com a realidade... Aqui em São Paulo, nas cidades grandes, nos voltamos tanto ao nosso próprio umbigo, nosso minúsculo e considerado hiper mega mundo, que pouco nos importamos em colaborar com os outros. Até nossos próprios amigos.

Somos cheios de responsabilidades, temos uma vida super corrida... Parece que quanto menos tempo, melhor... E não é à toa... Voltados ao nosso umbigo, podemos ver e não sentir. Podemos parar o carro no sinal, olhar para um número cada vez maior de crianças pedindo esmola e, simplesmente, não achar que tem alguma coisa errada.

Temos o trabalho de desviar de um mendigo que está deitado na calçada e nos sentir bem por, simplesmente, não ter pisado nele. Isso se uma repulsa não nos dominar pelo mau cheiro e uma frase abafar qualquer sentimento de culpa: “É um vagabundo mesmo!”, ou ainda: “O que a bebida não faz com alguém...”.

E assim a gente vai levando. A televisão abafando qualquer possibilidade de reflexão. A idéia de que cuidar da nossa própria vida já dá bastante trabalho. Que os pobres são pobres porque não trabalharam o suficiente. Que os bandidos são pessoas más e merecem sim ficar empilhados na cadeia. Que se você enfrenta muita tristeza, nasceu sem uma perna ou um braço, é porque foi uma pessoa muito má em outra vida...

Lá em Trindade, quando encontrei tanta boa vontade, a princípio pensei: ‘esses caras tão querendo alguma coisa’. Olha, pode até ser que queriam, mas nos respeitaram o tempo inteiro. E outra: são acolhedores, eles mesmos enfrentaram muitas dificuldades e lá estão, felizes da vida por receberem pessoas novas... Uma vida tão diferente da nossa... Não à toa que 90% deles deixaram São Paulo...

Comments:
Lou as vezes pessoas que vc menos imagina pode te estender a mao,
vc mais 4 mulheres em um lugar "estranho" foram acolhidas
e curtiram o final de semana
valeu a pena?
Claro que sim saiu da rotina e teve um final de semana a pampa e renovou a bateria para mais uma semana.
Aproveite a vida pois ela 'e curta!!
A minha eu aproveito e sempre aproveitei.
Pra mim Lou nao tem tempo ruim vc me conhece.
 
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