quarta-feira, novembro 30, 2005
Como é bom ler alguém que pensa
Com tanta desinformação acessível, difícil encontrar pessoas lúcidas analisando questões políticas e econômicas
Ouvir a Miriam Leitão, Arnaldo Jabor, Alexandre Garcia, Boris Casoy... É pedir para ser surda! Ainda bem que temos algumas exceções na mídia, como a Caros Amigos (às vezes muito à esquerda para o meu gosto, mas por dar voz àqueles que os grandes desejam calar, já é uma grande coisa) Eis um trecho da entrevista com Marilena Chauí deste mês. Vale à pena!!!
É preciso prestar atenção ao momento exato da produção da crise. Aí eu faço três distinções. A primeira é cronológica (em resumo a seguir): a perda da presidência da Câmara. Achar que as eleições municipais fossem decisivas para uma reeleição de Lula (aumento dos gastos dos petistas e aliados e aumento do caixa dois) e, por último, o momento que a oposição tem a percepção da possibilidade de um favoritismo do PT nas eleições no governo do Estado e da reeleição do Lula.
A segunda é a politicamente. Primeiro, temos o momento em que a Procuradoria Pública e a Polícia Federal estão expondo todos os esconderijos de fraudes antigas e novas e os atingidos dispõem de meios para acionar os seus atacantes de maneira a produzir a imagem de que tudo é igual (lembrei do Edsom Celulari na novela, preso por desviar dinheiro). O segundo elemento da ancoragem política da crise é o momento em que vai se tornando claro que vai haver um rombo de 15 bilhões de dólares no Banco Opportunity, porque ele vai perder essa quantia com o deslocamento dos fundos de pensão. Esse é um dado importante, todo dia eu abria os jornais, ouvia as rádios, via as televisões e dizia: “E o Opportunity? Que hora o Opportunity vem?”. E é bom lembrar a enormidade de páginas de propaganda da Brasil Telecom em jornais e revistas, nas rádios e televisões, sobretudo naqueles veículos de comunicação em que o ataque ao governo e ao PT assumiu o tom de fúria. E o terceiro elemento político é o momento em que se julga que dar cobertura ampla às denúncias de Roberto Jefferson permite contaminar todos os governos e muitos parlamentares, e isso é possível por causa do enfraquecimento do governo no Legislativo. E também porque essas denúncias podem tornar-se favoráveis a um processo que clandestinamente vem se dando, que é o da privatização dos Correios.
Então, visto sob essa perspectiva, acho que uma análise da crise nos mostra que, primeiro, a crise não é a corrupção. Não é que não há corrupção, é óbvio que há, mas se a causa da crise fosse a corrupção, todos os parlamentares, sem nenhuma exceção, deveriam ter aberto suas contas e suas prestações de contas eleitorais e de campanha para a sociedade. Se fosse sobre a corrupção, a discussão sobre o valerioduto deveria ter incluído no seu ponto de partida o Banco Opportunity. Considero que a crise é, por um lado, institucional, é a conseqüência necessária e repetitiva das falhas institucionais existentes no Estado brasileiro e decorre, portanto, da ausência das reformas do Estado que o governo não fez no tempo certo. Finalmente, acho que se evidencia que não é crise nenhuma, trata-se é da luta de classes ao vivo e em cores.
Ouvir a Miriam Leitão, Arnaldo Jabor, Alexandre Garcia, Boris Casoy... É pedir para ser surda! Ainda bem que temos algumas exceções na mídia, como a Caros Amigos (às vezes muito à esquerda para o meu gosto, mas por dar voz àqueles que os grandes desejam calar, já é uma grande coisa) Eis um trecho da entrevista com Marilena Chauí deste mês. Vale à pena!!!
É preciso prestar atenção ao momento exato da produção da crise. Aí eu faço três distinções. A primeira é cronológica (em resumo a seguir): a perda da presidência da Câmara. Achar que as eleições municipais fossem decisivas para uma reeleição de Lula (aumento dos gastos dos petistas e aliados e aumento do caixa dois) e, por último, o momento que a oposição tem a percepção da possibilidade de um favoritismo do PT nas eleições no governo do Estado e da reeleição do Lula.
A segunda é a politicamente. Primeiro, temos o momento em que a Procuradoria Pública e a Polícia Federal estão expondo todos os esconderijos de fraudes antigas e novas e os atingidos dispõem de meios para acionar os seus atacantes de maneira a produzir a imagem de que tudo é igual (lembrei do Edsom Celulari na novela, preso por desviar dinheiro). O segundo elemento da ancoragem política da crise é o momento em que vai se tornando claro que vai haver um rombo de 15 bilhões de dólares no Banco Opportunity, porque ele vai perder essa quantia com o deslocamento dos fundos de pensão. Esse é um dado importante, todo dia eu abria os jornais, ouvia as rádios, via as televisões e dizia: “E o Opportunity? Que hora o Opportunity vem?”. E é bom lembrar a enormidade de páginas de propaganda da Brasil Telecom em jornais e revistas, nas rádios e televisões, sobretudo naqueles veículos de comunicação em que o ataque ao governo e ao PT assumiu o tom de fúria. E o terceiro elemento político é o momento em que se julga que dar cobertura ampla às denúncias de Roberto Jefferson permite contaminar todos os governos e muitos parlamentares, e isso é possível por causa do enfraquecimento do governo no Legislativo. E também porque essas denúncias podem tornar-se favoráveis a um processo que clandestinamente vem se dando, que é o da privatização dos Correios.
Então, visto sob essa perspectiva, acho que uma análise da crise nos mostra que, primeiro, a crise não é a corrupção. Não é que não há corrupção, é óbvio que há, mas se a causa da crise fosse a corrupção, todos os parlamentares, sem nenhuma exceção, deveriam ter aberto suas contas e suas prestações de contas eleitorais e de campanha para a sociedade. Se fosse sobre a corrupção, a discussão sobre o valerioduto deveria ter incluído no seu ponto de partida o Banco Opportunity. Considero que a crise é, por um lado, institucional, é a conseqüência necessária e repetitiva das falhas institucionais existentes no Estado brasileiro e decorre, portanto, da ausência das reformas do Estado que o governo não fez no tempo certo. Finalmente, acho que se evidencia que não é crise nenhuma, trata-se é da luta de classes ao vivo e em cores.
Comments:
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A miséria no país vem caindo há mais de dez anos. E o que é melhor: sob os critérios de medição das principais instituições que pesquisam o assunto - FGV, Ipea e Banco Mundial.
Que bom, não???
Que bom, não???
“Digou béu... digou béu
acabou o papel
não faz mal, não faz mal
Limpa com jornal”
Eeheheheheheh! Feliz Natal! Espero que o ano novo você não precise limpar com jornal, mas sim com um belo e perfumado papel pessegado e macio!Eehehehehheh! E que a mídia impressa tenha boas notícia em 2006, caso contrario, papel de jornal para ela! Sem mais delongas: um feliz Natal e ano novo, com muita esbórnia saudável, temperada com (redundância gramática) muita temperança e paz! Um forte abraço natalino! Até 2006, se Deus quiser! “Digou béu......
Em tempo: esta mensagem é padrão! Caso você encontre-a em outros blogs não se ofenda, ela foi feita com muito carinho, sapiência, amor e alegria! Saibamos compartilhar o carinho alheio! É Natal! Digou béu...digou béu...... Até 2006!
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acabou o papel
não faz mal, não faz mal
Limpa com jornal”
Eeheheheheheh! Feliz Natal! Espero que o ano novo você não precise limpar com jornal, mas sim com um belo e perfumado papel pessegado e macio!Eehehehehheh! E que a mídia impressa tenha boas notícia em 2006, caso contrario, papel de jornal para ela! Sem mais delongas: um feliz Natal e ano novo, com muita esbórnia saudável, temperada com (redundância gramática) muita temperança e paz! Um forte abraço natalino! Até 2006, se Deus quiser! “Digou béu......
Em tempo: esta mensagem é padrão! Caso você encontre-a em outros blogs não se ofenda, ela foi feita com muito carinho, sapiência, amor e alegria! Saibamos compartilhar o carinho alheio! É Natal! Digou béu...digou béu...... Até 2006!
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